quarta-feira, 7 de outubro de 2009

"Mas o que quer dizer este poema? - perguntou-me alarmada a boa senhora.
E o que quer dizer uma nuvem? - respondi triunfante.
Uma nuvem - disse ela - umas vezes quer dizer chuva, outras vezes bom tempo..."


Iara Ramalho, 1°, B
"A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda."


Ana Carolina, 1°, B


Inscrição pra uma lareira

A vida é um incêndio: nela
dançamos, salamandras mágicas.
Que importa restarem cinzas
se a chama foi bela e alta?
Em meio aos toros que desabam,
cantemos a canção das chamas!
Cantemos a canção da vida,
na própria luz consumida...

(Grupo, 1º B)

domingo, 4 de outubro de 2009




Presença

É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,teu perfil exato e que, apenas, levemente, o ventodas horas ponha um frêmito em teus cabelos...É preciso que a tua ausência trescalesutilmente, no ar, a trevo machucado,a folhas de alecrim desde há muito guardadasnão se sabe por quem nalgum móvel antigo...Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janelae respirar-te, azul e luminosa, no ar.É preciso a saudade para eu sentircomo sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevistaque nunca te pareces com o teu retrato...E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te!


Mário Quintana, como de costume em certos poemas, retrata a morte. A saudade. A falta. Em Presença, Mário fala que quando a pessoa se vai, a saudade se desenha perfeitam ente no coração de cada pessoa de acordo com o sentimento que tem por esse que se foi. Em suas próprias palavras, a saudade desenha suas linhas perfeitas.

E essas linhas são o que te fazem relembrar a pessoa. Sua essência. É preciso que suas lembranças deixem ir cada vez mais fundo, que você abra seu coração para quando a saudade te chamar. Que você esteja pronto.É preciso, como ele mesmo diz, abrir uma janela e respirar a pessoa que você sente falta. Ele quiz dizer com isso que você se permita sentir saudade, que você tenha boas lembranças, ou apenas lembranças. O título Presença é bem sugestivo, afinal, como sentiremos a presença de alguém que já se foi? A resposta é a saudade. A saudade faz com que momentos voltem, que pessoas revivam dentro de você. Que você se liberte..São tantas as coisas que você se lembrará, que a pessoa que se foi se tornará múltipla dentro de você. Tantas cenas, tantas emoções, que fotos já não são suficientes.E ele explica exatamente isso nos últimos três parágrafos, onde diz:''Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevistaque nunca te pareces com o teu retrato...E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.''



(Danielle Moura, 1º B)

terça-feira, 29 de setembro de 2009



Os poemas

"Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso nem porto;
Alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes que
o alimento deles já estava em ti... "

(Geórgia Pinheiro, 1º B)

quinta-feira, 24 de setembro de 2009



Seiscentos e sessenta e seis

"A vida é um dos deveres que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são 6 horas: há tempo...
Quando se vê, já é 6ªfeira...
Quando se vê, passaram 60 anos...
Agora, é tarde demais para ser reprovado...
E se me dessem - um dia - uma outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguia sempre, sempre em frente...
E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas. "

(Ana Carolina, 1º B)




domingo, 30 de agosto de 2009


Mais sobre sua vida.

Mario Quintana era filho de Celso de Oliveira Quintana e de Virgínia de Miranda Quintana. Fez as primeiras letras em sua cidade natal, mudando-se em 1919 para Porto Alegre, onde estudou no Colégio Militar, publicando ali suas primeiras produções literárias.
Trabalhou na Editora Globo e depois na farmácia paterna. Lançou o seu primeiro livro de poesias, A rua dos cataventos, em 1940 iniciando assim sua carreira de poeta, escritor e autor infantil. Em 1953 trabalhou no jornal Correio do Povo (Porto Alegre) como colunista da página de cultura, que saía no dia de sábado, e em 1977 saiu do jornal. Quase que sua vida toda trabalhou como jornalista. Traduziu mais de cento e trinta obras da literatura universal, entre elas Em busca do tempo perdido de Marcel Proust, Mrs. Dalloway de Virginia Woolf, e Palavras e sangue, de Giovanni Papini. Viveu grande parte da vida em hotéis, sendo umdeles o Hotel Majestic, em Porto Alegre, que transformado no centro cultural : Casa de Cultura Mario Quintana, em sua homenagem, ainda em vida.E em seus últimos anos de vida, era comum vê-lo caminhando nas redondezas do Hotel Majestic.

Do amoroso esquecimento

"Eu agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?"

- Espelho Mágico

(Iara Ramalho, 1º B)